Há lugares que são como livros gigantes, cheios de histórias incríveis e crenças, como Jerusalém, uma cidade do Oriente Médio, considerada sagrada para três religiões diferentes: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islã. Quem fala sobre este assunto é a professora Maria Ignez Queiroz de Moraes Americano, fundadora da Escola Viva e autora do livro “Deus é hoje”.
Crédito da imagem: Periódico da Igreja Franciscana.
Ela nasceu em 1943 e contar histórias sempre foi uma das suas paixões. “Passei toda a minha vida brincando com crianças, contando mil histórias, escutando e observando suas curiosidades sobre a natureza, as artes, o mundo e Deus”, conta Ignez.
Legenda: Inez Americano em sua biblioteca. Crédito da imagem: Arquivo pessoal
Aliás, por falar em histórias, a professora nos contou mais detalhes sobre a importância de Jerusalém para os judeus, cristãos e muçulmanos. Certamente, três religiões diferentes, mas que são monoteístas, ou seja, acreditam em um único deus.
Afinal, quem é Abraão?
Há 1850 anos antes de Cristo (a. C), o profeta Abraão teve dois filhos de mães diferentes: Ismael, filho da escrava egípcia) e Isaac (filho de Sarah, a esposa). Ismael é de origem islâmica e Isaac é judeu.
A pedido de Sarah, Abraão abandonou Ismael e Aga no deserto. Segundo a bíblia, Deus acolheu o garoto, que cresceu revoltado e formou sua própria tribo.
Naquela época, existiam muitas tribos que eram parentes e lutavam entre si pela posse de água e pasto para os animais. Em um dos confrontos, os hebreus venceram e criaram os reinos de Judá e Israel. Depois disso, o rei Davi transformou Jerusalém na capital dos judeus. (Leia mais detalhes na edição nº 40)
A importância de Jerusalém para o cristianismo
Legenda: Altar do Calvário é o local onde Cristo foi crucificado e fica dentro do Santo Sepulcro. Crédito da imagem: Wikimedia Commons
Em primeiro lugar, Jesus nasceu em Belém, na Palestina, em 25 de dezembro, e viveu boa parte dos seus 33 anos em Jerusalém, ensinando sobre bondade, compaixão, parceria e amor ao próximo. Além disso, segundo a Bíblia, a Última Ceia de Jesus aconteceu em Jerusalém, assim como também a crucificação. Em homenagem a Cristo, os católicos construíram a Igreja do Santo Sepulcro neste local sagrado.
Judaísmo
Quem fundou a cidade de Jerusalém foi o rei Davi. Há 970 anos antes de Cristo (a.C) nascer, o rei Salomão, filho de Davi, construiu o templo que significava o poder religioso e político dos judeus. Muito tempo depois disso, Herodes reconstruiu o mesmo templo no ano 19 a.C.
Então, 70 anos depois de Cristo (d.C), os romanos destruíram o antigo Templo de Salomão. O que sobrou do antigo templo sagrado dos judeus foi o Muro das Lamentações, local onde costumam rezar e fazer pedidos a Deus, deixando bilhetes no muro.
Legenda: Muro das Lamentações dos judeus, na cidade antiga de Jaffa, com a mesquita de Al-Aqsa, um dos locais mais sagrados do Islã. Crédito da imagem: Ana Paula Hirama
Islamismo
Já no século 18 depois de Cristo (d.C), neste mesmo local, os muçulmanos construíram o Domo da Rocha e a Mesquita Al-Aqsa. Portanto, para a religião islã, Jerusalém é o terceiro lugar mais sagrado do mundo, depois de Meca e Medina. Eles acreditam que o profeta Maomé fez uma viagem especial para Jerusalém e a partir desse local subiu aos céus.
Por fim, o JC apresenta o livro da autora e professora Ignez, que nos ajudou a contar a história de Jerusalém, o lugar que conecta diferentes religiões à sua fé.
“Este livro tem como foco apresentar as formas de pensar do catolicismo, judaísmo, islamismo, umbanda e budismo. A ênfase ao longo do livro está em estudar as relações entre essas diferentes formas de pensar a religiosidade e a importância de respeitar as opiniões, crenças e pensamentos diferentes dos nossos. Dessa forma, a história “Deus é hoje” mostra que o céu tem muitas portas, cada um entra pela porta que escolheu.”
Você sabia?
Em 1981, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) reconheceu a cidade de Jerusalém como Patrimônio Mundial da Humanidade devido a sua importância cultural e histórica.