Sou jornalista e editora-chefe do JC Jornal da Criança e Jovens, e há anos acompanho de perto como a leitura pode ser um divisor de águas na vida de crianças e adolescentes. Recentemente, recebi uma sugestão de pauta que me fez refletir: compartilhar o exemplo de municípios que têm investido em projetos consistentes de incentivo à leitura.
Entre essas experiências inspiradoras está a Feira Literária de Ribeirão Pires (FLIRP), que chega em 2025 à sua quarta edição, homenageando Cecília Meireles. Além de ser um evento cultural importante, a feira se tornou um movimento educativo que ultrapassa os dias da programação oficial e passa a integrar o calendário pedagógico das 32 unidades escolares da rede municipal.
Ao longo do ano, professores e estudantes mergulham na obra do autor homenageado. Então, criam sequências didáticas, atividades artísticas, exposições e releituras que envolvem toda a comunidade escolar. É assim que a FLIRP transforma a leitura em experiência viva da sala de aula ao lar dos estudantes.
A importância da literatura na formação da sociedade
Essa trajetória mostra algo essencial: quando a literatura é tratada como prática coletiva e contínua, não só a criança ganha repertório cultural e sensibilidade crítica, mas a família também é convidada a participar. Por isso, o impacto ultrapassa os muros da escola e fortalece os laços entre alunos, professores e comunidade.
Como jornalista, tenho o privilégio de contar histórias que mostram a potência desse movimento. E como editora de um jornal voltado para crianças e jovens, reafirmo diariamente a importância de garantir que as novas gerações tenham acesso a projetos como a FLIRP que celebram a infância, a educação e a natureza, valores tão presentes na obra de Cecília Meireles.
Que o exemplo de Ribeirão Pires inspire outros municípios a investir na formação de leitores. Porque incentivar a leitura não é apenas ensinar a decifrar palavras: é formar cidadãos críticos, criativos e preparados para transformar o mundo.