No dia 5 de abril, o ambientalista, filósofo e poeta Ailton Krenak tomou posse na Academia Brasileira de Letras, a ABL. Uma data histórica no nosso país! Afinal, o Krenak é o primeiro indígena a participar na ABL. Agora, ele quer levar as línguas dos povos originários do país para todos os lugares do Brasil e do mundo.
O Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em Itabirinha, uma pequena cidade com apenas 10 mil habitantes, no interior de Minas Gerais, em 1953. Aos 17 anos, ele se mudou com sua família para o Paraná. Lá, ele trabalhou como produtor gráfico e também foi jornalista.
Ao longo da sua carreira, ele se envolveu no ativismo ambiental e se tornou um defensor dos direitos dos povos indígenas. Além disso, participou também da fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas.
Como autor, o Krenak tem mais de 15 livros publicados e suas obras foram traduzidas para mais de 13 países.
Votação secreta
Em primeiro lugar, é importante saber que a escolha de quem pode tomar posse na ABL acontece por meio de uma votação secreta. Para ganhar a votação, a pessoa precisa da metade dos votos mais um.
Além disso, quando uma pessoa é eleita, ela fica o resto da sua vida na ABL. Lá, os membros trabalham em assuntos relacionados à língua portuguesa, o vocabulário ortográfico, assim como a importância da leitura para todas as pessoas.
Inicialmente, o Krenak conta que não queria se candidatar para a ABL. Mas, o poeta mudou de ideia pela possibilidade de representar os povos indígenas e a importância da sua cultura para o nosso país.
“Desde que me convidaram ou me animaram para ocupar essa cadeira número cinco, eu me perguntava: ‘Será que nessa cadeira cabem 300?’. Como dizia Mário de Andrade, eu sou 300. Olha que pretensão. Eu não sou mais do que um, mas eu posso invocar mais do que 300. Nesse caso, 305 povos, que nos últimos 30 anos do nosso país, passaram a ter a disposição de dizer: ‘Estou aqui’. Sou guarani, sou xavante, sou caiapó, sou yanomami, sou terena”, conta o Krenak ao tomar posse.
Vale lembrar que a cultura indígena faz parte até hoje dos costumes e hábitos do Brasil. Inclusive, algumas palavras que usamos no dia a dia até hoje tem origem indígena, como peteca, mingau e carioca.
Referências: Ministério dos Povos Indígenas, Agência Brasil, g1, Agência Brasil, Exame
Acesso em 10 de abril de 2024.