A Bett Educar 2025, o maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, trouxe à tona um dos temas mais urgentes da atualidade: a ansiedade nas escolas. Nesse sentido, o debate Escola Ansiosa: celulares, saúde mental, adolescência e aprendizagem na era digital reuniu especialistas para discutir os desafios enfrentados pelos jovens diante das pressões sociais e tecnológicas.
Com a moderação da jornalista Beatriz Araujo e a participação da pedagoga Leticia Lyle e da psiquiatra Dra. Maria Carolina Pinheiro, o painel aprofundou as raízes da ansiedade juvenil. Mais do que um simples rótulo, esse fenômeno reflete os desafios econômicos, sociais e tecnológicos que marcam a vida dos estudantes hoje.
O papel da escola na saúde mental
Segundo a Dra. Maria Carolina, um dos primeiros passos é compreender o que realmente significa saúde mental. Ela alerta que muitos confundem a intensidade dos sentimentos com transtornos mentais. No entanto, viver com paixão e profundidade é essencial para o bem-estar. Além disso, ela reforça que a escola deve ser vista como um ambiente que potencializa o desenvolvimento e não como culpada pelos problemas emocionais dos alunos.
“Saúde mental é liberdade existencial. E vocês, educadores, estão diretamente ligados a isso, porque estão construindo crianças”, afirmou.
Por outro lado, Leticia Lyle trouxe à discussão o impacto da pandemia e do uso excessivo de celulares, apontando que muitos adolescentes apresentam sinais de desengajamento. Esse afastamento da escola e dos colegas pode estar diretamente ligado à forma como interagem nas redes sociais. Dessa forma, é fundamental observar como esses fatores influenciam a saúde mental dos jovens.
Redes sociais e validação digital
Atualmente, o ambiente digital tem se tornado um dos principais gatilhos de ansiedade nos jovens. Muitos buscam validação através de curtidas e comentários. Como resultado, quando não recebem a atenção esperada, podem sentir rejeição e baixa autoestima. Além disso, a constante comparação com outros usuários pode gerar sentimentos de inadequação e frustração, reforçando um ciclo vicioso de busca por aprovação.
Além disso, o uso excessivo das redes sociais pode impactar diretamente a rotina dos estudantes, causando distração, procrastinação e dificuldades acadêmicas. Consequentemente, isso pode resultar na sensação de incapacidade, levando à ansiedade severa e até depressão.
Soluções e caminhos para um ambiente escolar mais saudável
Diante desse cenário, é urgente que as escolas adotem estratégias para equilibrar o uso da tecnologia e fortalecer o acolhimento emocional dos alunos. Por exemplo, iniciativas como programas de educação socioemocional, espaços de escuta ativa e práticas que incentivem o desenvolvimento da autonomia são essenciais para lidar com a ansiedade juvenil.
Em suma, a Bett Educar 2025 reforçou que combater a ansiedade escolar não depende apenas da redução do tempo de tela. Pelo contrário, é necessário criar um ambiente saudável, onde os jovens possam desenvolver sua identidade sem depender exclusivamente da validação digital.
Por fim, o desafio está lançado: como podemos preparar as escolas para essa nova realidade?