Mulher preta, enfermeira, artesã e mãe solo da Gabi, de 8 anos. Erika Angelo tem 52 anos, nasceu em São Paulo e tem muita história para contar. A ideia de fabricar jogos de tabuleiro de origem africana surgiu durante a pandemia. Hoje, o passatempo se tornou a principal renda da família.
Produzir e vender os tabuleiros africanos trouxe lucro mas também o sentimento de realização. “Fui estudar, aprender a jogar e me apaixonei pelas dinâmicas diferentes do jogo, enfim, que permite falar sobre a cultura africana e afrobrasileira”, conta Erika.
Enfim, o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) gostou dos jogos e a convidou para a feira do empreendedor em 2022. Empreender é o mesmo que criar um projeto e conseguir ganhar dinheiro a partir do trabalho. “A partir desse dia a minha vida mudou. Hoje são 16 jogos sendo 6 com dinâmicas diferentes que é o foco do meu trabalho”, lembra a artesã.
No tabuleiro tem…
Os nativos africanos usam os jogos de tabuleiros como estratégia de pesca, plantio e colheita, sobrevivência e guerra. Até hoje, riscam o diagrama no chão e jogam a pedrinha na terra.
“Devido ao apagamento da cultura negra muitas informações são difíceis de encontrar. Relato de pesquisadores e historiadores mostram isso. Então, eu coloquei a filosofia africana no jogo físico. Por exemplo, eu referencio o baobá, a árvore sagrada africana. Além disso, as peças são em MDF nas cores vermelho que representa a resistência do povo preto, e amarelo para simbolizar a riqueza em diversidade cultural”, explica Erika.
“O jogo que eu mais indico é o Yoté, conhecido nos países de Senegal, Gâmbia, Mali. Certamente, é um jogo indicado para maiores de 8 anos, que exige muito raciocínio e concentração para capturar o maior número de peças do adversário.”
Saiba mais: @dayojogosafricanos
Curiosidade: Em 20 de novembro, celebra-se o Dia da Consciência Negra.
Referência: Entrevista
Acesso em 10 de outubro de 2023.