O segundo dia da 30ª edição da Bett Brasil, maior evento de inovação e tecnologia para a educação na América Latina, colocou a sustentabilidade no centro das discussões. A sanção da Lei 14.926/2024 tornou obrigatória a inclusão dos temas de mudança climática e biodiversidade nos currículos escolares, o que levou especialistas e educadores a debater o impacto da educação na agenda ambiental global.
Educação e ESG: estratégias para um mundo sustentável
O painel “Do local ao global: Educação e ESG como estratégias para um mundo sustentável” refletiu sobre o papel das escolas diante das emergências climáticas. A professora Thaís Brianezi e o pesquisador Edson Grandisoli conduziram o debate e apresentaram dados alarmantes sobre o impacto humano no planeta, além de iniciativas educacionais voltadas para a sustentabilidade.
Thaís lidera um projeto de pesquisa financiado pela Fapesp que investiga o papel da comunicação na educação ambiental e climática. A iniciativa forma educadores, cria um banco de dados colaborativo e desenvolve estratégias de políticas públicas. Além disso, o programa capacitou professores de 35 escolas municipais de São Paulo para elaborar planos de ação climática em suas instituições. Dessa forma, essa abordagem permite que as escolas expandam o conhecimento sobre sustentabilidade por meio da plataforma AVAMEC, do Ministério da Educação.
Edson Grandisoli alerta sobre a urgência da crise climática e destaca a necessidade de encarar o problema como uma emergência. Ele explica que o estilo de vida atual causa impactos profundos no planeta e que a humanidade já ultrapassou seis dos nove limites planetários.
Engajamento juvenil e o futuro da sustentabilidade
O debate também revelou dados positivos sobre o interesse dos jovens pela pauta climática. De acordo com uma pesquisa nacional organizada pelo Movimento Escolas pelo Clima, crianças entre 7 e 14 anos demonstram o maior nível de engajamento no debate ambiental. Além disso, o estudo mostrou que essa faixa etária apresenta mais otimismo em relação ao futuro e sente uma maior capacidade de agir contra as mudanças climáticas, em comparação com adolescentes mais velhos.
Grandisoli enfatiza que essa perspectiva representa uma oportunidade única para estimular o ativismo climático nas escolas. Com iniciativas bem estruturadas, esse público pode se tornar peça-chave na mobilização por um planeta mais sustentável.
O papel das instituições na construção de um mundo sustentável
Além da educação formal, os especialistas discutiram o impacto da sustentabilidade dentro das instituições de ensino. O painel liderado por Ewerton Fulini, do Instituto Ayrton Senna, e Carmen Murara, do Grupo Marista, reforçou que o conceito ESG não se limita ao setor corporativo, mas também ao contexto educacional.
Fulini ressalta que a educação forma a base do ESG e que o aprendizado deve desenvolver competências para que os alunos cuidem de si mesmos, dos outros e da sociedade. Já Carmen explica que as instituições precisam revisar como comercializam o ensino e como aplicam práticas sustentáveis no dia a dia.
Confira a entrevista de Carmen Murara para o JC:
Sustentabilidade na educação: o caminho para o futuro
A Bett Brasil 2025 mostrou que a sustentabilidade na educação não se trata mais de uma escolha, mas de uma necessidade urgente. Para enfrentar os desafios climáticos, as escolas precisam integrar práticas sustentáveis em suas rotinas e formar cidadãos conscientes do impacto de suas ações.
O desafio está lançado: como podemos ampliar essas iniciativas e garantir um futuro mais equilibrado para as próximas gerações?
Referência/crédito de imagem: Entrevista, Bett 20205
Acesso em 29 de abril de 2025.