01/05/2025

O impacto de negligenciar a emoção na educação e na vida

Mari Carvalho e André Monc falam sobre o impacto de negligenciar a emoção na educação e na vida , na Bett Brasil 2025.

Nos últimos anos, educadores e pesquisadores intensificaram o debate sobre o papel das emoções no aprendizado. A maneira como os alunos lidam com suas emoções afeta diretamente sua capacidade de concentração, memorização e engajamento acadêmico. No último dia da Bett Brasil 2025, o Workshop 1 – O Impacto de Negligenciar a Emoção na Educação e na Vida, conduzido por André Monc e Mari Carvalho, explorou essa questão e ressaltou a importância de considerar as emoções no contexto educacional.

A relação entre a emoção e aprendizagem

Estudos na área da psicologia educacional comprovam que as emoções influenciam a atenção, a memória e a motivação dos estudantes. Quando os educadores compreendem como os estados emocionais moldam o aprendizado, eles aplicam estratégias mais eficazes para fortalecer o engajamento e o desempenho escolar.

A pesquisa apresentada no workshop revela que o ambiente escolar constrói experiências emocionais e, portanto, deve ir além do ensino acadêmico. Fatores como as relações familiares, as interações entre professores e estudantes e os vínculos entre colegas impactam significativamente a forma como os alunos assimilam conteúdos.

Além disso, a Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky e a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner oferecem perspectivas essenciais para compreender o impacto das emoções na aprendizagem. Vygotsky destaca a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), enfatizando que a interação social e emocional entre educador e estudante impulsiona o desenvolvimento cognitivo. Bronfenbrenner, por sua vez, ressalta que os contextos sociais e ecológicos moldam o crescimento humano por meio do modelo Pessoa, Processo, Contexto e Tempo (PPCT).

Estratégias para valorizar as emoções na educação

Durante o workshop, os participantes exploraram práticas concretas para reconhecer e trabalhar as emoções em sala de aula. Eles discutiram estratégias para identificar estados emocionais, lidar com o estresse e fortalecer a empatia entre os alunos.

Os especialistas enfatizaram que os professores precisam acolher e compreender as emoções dos estudantes para criar um ambiente saudável e produtivo. Para isso, algumas abordagens recomendadas incluem:

– Educação socioemocional: inserir atividades que incentivem o reconhecimento e a regulação emocional;
– Ambientes acolhedores: estruturar espaços de escuta ativa e promover relações empáticas entre docentes e alunos;
–  Conexão entre família e escola: estimular diálogos entre professores e pais para garantir um suporte emocional consistente aos estudantes.

Os estudos analisados apontam que ignorar as emoções compromete não apenas o desempenho acadêmico, mas também o bem-estar dos alunos. Estudantes emocionalmente desestabilizados demonstram dificuldades na concentração, na motivação e no aprendizado de longo prazo.

Conclusão

A discussão promovida por André Monc e Mari Carvalho na Bett Brasil 2025 reforçou a necessidade de integrar as emoções ao planejamento educacional. As emoções exercem um papel fundamental no desenvolvimento humano e devem ser tratadas como um componente essencial da formação escolar.

Ao considerar o impacto dos fatores emocionais nos processos de aprendizagem, os educadores aprimoram suas práticas e constroem ambientes mais equilibrados, estimulando não apenas o conhecimento, mas também o desenvolvimento socioemocional dos alunos.

O desafio agora é refletir: como podemos incentivar uma educação que respeite e valorize as emoções dos estudantes?


Referência/crédito da imagem: Entrevista/ Bett Educar 2025
Acesso em 1º de maio de 2025.

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