O que a gente consome de informação, onde nos informamos e quais mídias buscamos reflete diretamente no que pensamos, em como agimos e nas escolhas do nosso cotidiano. Esse foi o tema de uma das discussões que aconteceu no Encontro Internacional de Educação Midiática promovido pelo Instituto Palavra Aberta.
Como os hábitos de leitura impactam a interpretação de notícias
O choque entre gerações é um fato. Afinal, os jovens consomem as mídias e as informações de outras maneiras. E o jornalismo em si, enquanto agente da comunicação e ponte fundamental para as notícias, também tenta manter a sua essência em outros formatos.
Para a Professora de Comunicação Social Soraya Ferreira de Andrade, qualquer pessoa pode trazer uma história ou narrar um fato, o que diferencia e dá credibilidade à informação são as ferramentas de validação para contar essa informação.
“Estar onde o público está e contar histórias pede formação. É a maneira de falar com quem não se conhece por intermédio de ferramentas tecnológicas nos mais variados formatos”.
A aceleração da transformação da tecnologia nos faz consumir de forma diferente. Isso porque as redes sociais e plataformas multiformatos colocaram a informação no campo do entretenimento. Assim, torna-se muitas vezes difícil para os mais jovens discernir o que é uma notícia com profundidade do que é conteúdo mais divertido e lúdico.
Daniela Machado, do EducaMídia, reforça: “Não haverá jornalismo de qualidade no futuro se não criarmos audiências de qualidade”. Por isso, refletir sobre o papel de professores, educadores, profissionais das mídias e veículos de comunicação tem relação direta com a formação de um público que apenas aceita as informações ou que as questiona dentro de um senso crítico a partir da leitura.
É importante deixar cada vez mais claro o que é notícia e o que é opinião, que o influencer que parece ter muita segurança no que diz não é um especialista daquele assunto. “O grande valor do jornalista hoje não é mais a credibilidade, mas a transparência”, conclui Soraya.
Discutindo as notícias em sala de aula
Entender o jornalismo enquanto serviço e proximidade dos direitos para um bem público, ver a informação como algo que garante a cidadania das pessoas, se faz urgente e pode ser um caminho para boas reflexões em sala de aula.
Que tal, uma vez por semana, promover grupos para discussão de notícias com seus alunos?
Pode parecer pouco, mas aguçar a curiosidade e incentivar a leitura crítica de como as informações circulam na sociedade, talvez seja a única oportunidade que esses jovens tenham de pensar sobre o assunto.
Vamos juntos?
*Texto de Carolina Grimião.
Referências: Entrevista.