Mulher negra, mãe, nascida e criada no universo do samba do Rio de Janeiro, Glória Maria Matta da Silva se tornou uma das mais importantes jornalistas brasileiras. Durante anos, milhares de telespectadores assistiram às reportagens da Glória no programa Fantástico, da TV Globo.
Após um ano de sua morte, o JC presta uma homenagem à jornalista pelo legado que deixou, uma história de vida que continua a inspirar, mesmo após sua partida.
Primeiramente, legado é como as histórias, realizações e valores que deixamos para as próximas gerações, algo que permanece mesmo quando não estamos mais aqui. Como agora, entre os jovens que nasceram entre os anos 1995 até 2010, mais ou menos. Uma gerações que nasceu conectada na internet e participa de diversos grupos.
Glória é afrodescendente, enfrentou o racismo e conseguiu se adaptar às mudanças no jornalismo com o passar dos anos. Além disso, conquistou milhares de brasileiros com o seu jeito de narrar as histórias da vida real. Sabia trazer a emoção nas palavras. Glória teve duas filhas: Maria, de 16 anos, e Laura, de 15 anos. O JC conseguiu um depoimento exclusivo delas, com a ajuda do tutor Paulo Mesquita, a quem a Glória confiou cuidar das meninas.
Laura gosta de conversar, sair e passear nas horas livres e não gosta de acordar cedo. “É inspirador ser filha da Glória Maria e aprendi com as reportagens que o mundo é diferente”.
Por outro lado, Maria prefere assistir filmes e ir à praia. “É inspirador ser filha da Glória Maria. Ela me ensinou a promover a igualdade e a inclusão. Não gosto de desentendimento entre meus amigos e tento promover a conciliação. Aprendi a amar o próximo e respeitar as pessoas sem importar com sua raça, religião, orientação sexual ou qualquer outra característica”, conta Maria.
Aliás, quem prestou uma homenagem também foi o jornalista Duílio Fabbri Júnior e a ilustradora Manoela Costa. Eles acabam de lançar a biografia infantojuvenil de Glória Maria pela Editora Mostarda.
“Conheci Glória Maria e atuei com ela em trabalhos para o Fantástico. O que mais impressionava na personalidade dela era a autenticidade com que ela conduzia o trabalho e a vida, isso sem contar o caráter inovador e precursor de tudo o que ela viveu. No livro, certamente procuro destacar essas características”, revela o autor.
Com linguagem direta e ilustrações encantadoras, a obra “Glória Maria – Glória Maria Matta da Silva” apresenta em detalhes o período de sua transição de telefonista para repórter e alguns episódios importantes de sua carreira. Além disso, o livro retrata a vida pessoal da jornalista e sua luta contra o racismo.
Curiosidade: Em 8 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher, uma data para refletir sobre a importância dos direitos iguais entre todas as pessoas, independente do gênero.
Referência: entrevista com Paulo Mesquita e assessoria da Editora Mostarda
Crédito da imagem: Arquivo pessoal do Paulo Mesquita