15/03/2021

O CIRCO NÃO ACABOU, ELE SE TRANSFORMOU!

Dia do Circo

O palhaço é uma pessoa sincera, que fala o que pensa sem medir as consequências. “Quando ele percebe que fez alguma besteira, fica desengonçado, tropeça, bate o nariz e morre de rir”

O cheiro da pipoca misturado com algodão-doce, a arquibancada lotada de famílias ansiosas para assistir ao show dos artistas. Enfim, rufem os tambores porque o espetáculo vai começar! Em homenagem ao Dia do Circo, celebrado em 15 de março, o JC entrevistou três pessoas que conhecem bastante sobre o assunto, entre eles o Willi, o palhaço trapezista. A gente quis saber por que o circo não é mais como antigamente. E sabe o que nós descobrimos? Que a arte se transforma, assim como tudo na vida.

A vida circense

A Ermínia Silva, conhecida pelo apelido de Mina, viveu no circo até os 7 anos, viajando de cidade em cidade. Naquela época, os filhos dos circenses tinham aulas particulares com seus pais ou com os professores dos lugares por onde o circo passava. Seus amigos eram os filhos dos malabaristas, trapezistas, palhaços e mágicos que também faziam parte do circo. E assim ela viveu uma parte da infância, rodeada de animais selvagens e muitas aventuras até a década de 50.

Hoje, a Mina é uma especialista em história do circo no Brasil e faz parte do Grupo Circos, além de ser mestre e doutora pela Unicamp, a Universidade de Campinas. De fato, a historiadora sabe muito sobre o assunto e deu uma verdadeira aula para nós durante a entrevista! Ela nos explicou, por exemplo, que o circo é uma mistura de todas as artes. Além disso, o circo, o teatro e a música sempre estiveram juntos desde o início da história da humanidade.

O circo é um espaço redondo coberto por lona, onde as arquibancadas são montadas para receber a plateia.
O público se acomoda nas cadeiras para assistir ao espetáculo que acontece no picadeiro, ou seja, no centro da arena.

Afinal, por que o circo não é como antigamente?

Sem dúvidas, não dá para imaginar que algo continue igual com o passar do tempo. O mesmo acontece com a arte. No Império Romano, os homens se reuniam em uma arena para acompanhar a corrida das carruagens e as lutas entre os gladiadores. Surgiram novas atrações, como por exemplo, as apresentações de animais selvagens e homens que engoliam fogo. No entanto, a arte circense mais parecida com as de hoje começou na Inglaterra, entre os anos 1760 e 1790.

Opera Mundi
Legenda: Astley descobriu que se galopasse em círculo estreito, a força centrífuga lhe permitiria executar manobras aparentemente impossíveis sobre o cavalo. Crédito da imagem: Wikimedia Commons

Naquela época, existia uma grande quantidade de artistas na Europa que se apresentavam nas praças. Atores, cantores, dançarinos, malabaristas e equilibristas trocavam experiências e se apresentavam juntos. Com a finalidade de ganhar uns trocados, o ex-cavaleiro do exército Philipe Astley cercou um terreno a céu aberto e começou a fazer espetáculos com os cavalos. A diversão ficou ainda melhor quando os artistas foram convidados para entrar na arena. Enfim, surgia o circo como conhecemos nos dias de hoje.

Saindo debaixo da lona

Sem dúvidas, o circo se adaptou as mudanças do tempo e preferências do respeitável público. “Em quase 5 mil municípios do Brasil, são poucos os que não tem uma criança aprendendo a arte circense dentro das escolas de ensino regular”, releva Ermínia. Aliás, existem lugares especializados em ensinar a arte circense, como a escola Trapézio Voador, idealizada pela advogada Ludmila Santos.

Cadê o palhaço?

Se o palhaço estivesse participando da conversa, ele diria:

–  O circo não sumiu, você que parou de ir porque não sai da televisão, seu cara de melão.

São respostas sinceras como esta que faz a plateia morrer de ri. O palhaço é uma pessoa sincera, que fala o que pensa sem medir as consequências. “Quando ele percebe que fez alguma besteira, fica desengonçado, tropeça, bate o nariz e morre de rir de si mesmo”, explica o palhaço Wallison Machado, que deu entrevista ao JC enquanto estava pendurado na corda do trapézio. Ele estudou na Escola Nacional de Circo e hoje faz parte do time da escola Trapézio Voador. Lá é um lugar para se divertir, sonhar, relaxar e voar.

Direto da Sala de Leitura

Enquanto a gente não visita o circo Zanni, Os Parlapatões ou outro que esteja passando pela cidade, que tal ler sobre o assunto? Com a finalidade de ajudar a escolher um livro sobre o tema, o JC conversou com as professoras Juliana Bonito e Rosiclea Siqueira. A Juliana trabalha na escola Projeto Vida e indica a obra de Roseana Murray que se chama “O Circo”.

O Circo do Jiló

Já a professora Rosiclea, da Escola Estadual Abel Augusto Fragata, na cidade de Marília (SP), indica um livro para homenagear o palhaço. Para ela, a melhor história é a do macaco Jiló que trabalhava no circo e viajava para muitos lugares. Até que, um dia, o caminhão quebrou e a caravana ficou parada em uma floresta. O livro se chama “O Circo do Jiló”, dos autores Lia Neiva e Romont Willy.

Curiosidade: no dia 27 de março de 1897 nasceu o famoso palhaço brasileiro que se chama Piolin. Por isso, nesta data é comemorado o dia do Circo no Brasil.


Fonte: Circonteudo, Corpo Mágico, Brasil Escola, Trapézio Voador, Funart, Super Interessante
Acessos em 15 de fevereiro de 2021.

Crédito da imagem de capa: arquivo pessoal do palhaço Willi

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